quinta-feira, 23 de setembro de 2021
JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2021
quarta-feira, 15 de setembro de 2021
Abertura da Sala Império (Sala dos Leques)
Abertura da Sala Império (Sala dos Leques)
Dia 19 de Setembro de 2021 - 17h00.Momento musical pelo barítono Calebe Barros.A Casa dos Patudos – Museu de Alpiarça possui uma fabulosa coleção de leques cronologicamente datados dos séculos XVIII, XIX e XX. Os materiais utilizados são entre outros: o fio de ouro, o marfim, as lantejoulas, o pergaminho, o papel, a madrepérola e a seda. As técnicas utilizadas são, sobretudo, o rendilhado, o bordado e a pintura sobre papel. Mais uma Sala que se abre ao público, no âmbito das Jornadas Europeias do Património 2021 subordinadas à temática Património Inclusivo e Diversificado.O leque era, sobretudo, um objeto de adorno, mas associado a ele há também uma linguagem e códigos de diversos significados.Aceite o convite e venha conhecer a nossa colecção de leques.
O leque, êsse pequenino leque que era uma arma terrível de namôro, leve como uma asa, vivo como um azougue, caro como uma jóia.Júlio Dantas, Amor em Portugal no Século XVIII, Porto, 1936
segunda-feira, 6 de setembro de 2021
quarta-feira, 1 de setembro de 2021
Peça do mês - Setembro
Leque
Madrepérola, papel, rendilhado e pintura
Século XVIII
31,7 cm X 54,3 cm X 3,5 cm
CP – MA
Inv. Nº 84.1184
Neste mês de Setembro, mês de grande relevância para a nossa colecção de leques, apresentamos um exemplar do séc. XVIII com base em madrepérola e pintura em papel. A cena representada no leque é exuberante e provavelmente refere-se ao episódio bíblico do Antigo Testamento (também referido na Torá judaica) da visita da rainha de Sabá ao rei Salomão. A rainha de Sabá, tendo ouvido falar da fama de Salomão, foi submeter-se à sabedoria do rei colocando-o à prova com enigmas. Chegou a Jerusalém com uma imponente comitiva e carregada de presentes. Salomão, porém, soube responder a todas as suas perguntas. O rei presenteou também a rainha com tudo o que ela quis e pediu, além do que ele próprio decidiu dar-lhe com grandiosidade.
No leque vemos a rainha e os membros da sua comitiva ajoelhados aos pés de Salomão (sentado num trono). À esquerda do observador: uma lira com quatro cordas está pendurada numa árvore. A presença do instrumento musical deriva, certamente, da inspiração do pintor do leque, uma vez que a citação bíblica não faz qualquer referência à música. Apesar de ser uma lira, de um tempo cronologicamente diferente do da passagem bíblica, terá sido uma forma que o artista encontrou de evocar um tempo remoto e distante relativamente do seu.
Na base, em madrepérola, está inserida uma pintura que representa um jogo de cabra-cega. Este tema nada tem a ver, assim, com o que está acima representado.
No reverso do leque temos três medalhões separados e emoldurados por decoração fotomórfica em tons de dourado. No central, de maiores dimensões, vemos três pares (dois casais, nos extremos, e um par de raparigas) vestidos com trajes típicos de países do sul da Europa, possivelmente de Itália. Dois músicos caminham na direcção destes pares, vindo em sentido oposto. Dançam ao mesmo tempo em que tocam. Um toca pratos e outro, uma zampogna (tipo de gaita-de-foles, com dois tubos melódicos), instrumento típico da música popular italiana. Movidos pelo som da música, um dos casais dança, saltando. Ao fundo, em segundo plano, avista-se a torre de uma igreja, o que pode sugerir que estejamos perante um cortejo de casamento, sendo os noivos o par que segue em frente. No medalhão menor, à direita do observador, estão três figuras femininas, duas jovens e uma criança. Uma das jovens toca um bandolim.