segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Peça do mês - agosto

 

Trecho da Ericeira (Praia dos Pescadores)
Aguarela sobre papel
Alberto Sousa
1921
50 cm X 56 cm
CP – MA
Inv. Nº 84.831



No mês de agosto apresentamos uma obra do aguarelista Alberto Sousa, Trecho da Ericeira. O artista nasceu em Lisboa, em 06 de dezembro de 1880 e faleceu na mesma cidade em 1961.
Em 1897 o aguarelista foi admitido no atelier de desenho industrial que Roque Gameiro dirigia na Companhia Nacional Editora. Deixou o atelier em 1903 e entrou para a Ilustração Portuguesa, a revista semanal do jornal diário de Lisboa O Século, a convite do seu diretor, Silva Graça. Expôs pela primeira vez em 1901, no Grémio Artístico.
O artista integra-se na segunda geração de pintores de ar livre, na linha de Carlos Reis. Pintou essencialmente cenas de praia e de beira-mar, tipos e costumes populares, o traje português, monumentos e arquiteturas de todo o país, tendo documentado em aguarela e ilustração o património nacional.
Em 1911 concorreu a uma exposição realizada em Madrid e em 1913 teve a sua primeira exposição individual, na redação de A Capital, passando no começo dos anos 20 a expor regularmente. Em 1914 foi nomeado conservador artístico na Inspeção das Bibliotecas e Arquivos Nacionais.
A obra Trecho da Ericeira é uma pintura a aguarela sobre papel colado em madeira, a representação de uma rampa de acesso ao areal da Ericeira.
À direita da composição, o casario, disposto ao longo da rampa, as primeiras casas apresentam um tom amarelo e ao fundo são já brancas. No chão, em primeiro plano, junto aos muros das casas, algumas âncoras e outra palamenta (boias, redes e armadilhas de pesca). Ao princípio da rampa, à direita, um soco cilíndrico. Na esquerda do quadro a rua é limitada por um muro, vendo-se uma escarpa ao fundo, numa curva do arruamento. No início do muro da rampa, em cima dele, algumas armadilhas de pesca. À sua sombra, dois pescadores sentados no chão e encostados ao muro, reparando os apetrechos pesqueiros. O do primeiro plano, descalço, veste calças azuis arregaçadas e camisa branca e castanha aos quartos; o outro veste de castanho e tem os pés calçados. Nas cabeças têm bonés.
Depois destes, outros dois pescadores são representados descalços. Um, debruçado sobre o muro, traja calças azuis, camisa branca e colete castanho e um barrete preto na cabeça; o outro, mais atrás, ligeiramente curvado para diante, veste calças azuis e camisa branca coberta por um colete vermelho, transportando algo às costas em tons de azul e castanho.
No último plano, à esquerda, algumas casas, em tons de branco, roxo e rosa. O céu, pintado em tons de azul, apresenta algumas nuvens, sobretudo no canto superior direito do quadro, brancas em cima e mais escuras na linha do horizonte. No canto inferior esquerdo, a assinatura, local e data: Alberto Souza Ericeira 1921.
A moldura é em madeira, dourada a ouro velho, com friso exterior e uma concavidade.

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