quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Ciclo de Conferências "As Peças-Chave dos Museus de Portugal"

 Amanhã, dia 25 de Fevereiro às 18h00, daremos início ao ciclo de conferências "As Peças-Chave dos Museus de Portugal".
O primeiro orador será Nuno Prates, diretor e conservador da Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça, que nos dará a conhecer as "peças-chave" que a definem.
Venha conhecer os tesouros desta magnífica casa-museu através de uma viagem virtual única!
Mais informações e inscrições: reservas@atlantetours.pt

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

16 de Fevereiro de 2021 - Carnaval


Em dia de Carnaval recordamos uma Fotografia da autoria de Carlos de Mascarenhas Relvas que retrata os seus netos: Maria Luísa (1883 – 1896), Carlos (1884 – 1919) e João Pedro (1887 – 1899), numa festa de Carnaval.




segunda-feira, 1 de fevereiro de 2021

Peça do Mês - Fevereiro

 

As Papas (Estudo)

Desenho a Carvão

José Malhoa

1897

62, cm X 75,5 cm

CP – MA

Inv. Nº 85.477


A peça divulgada neste mês de Fevereiro é o estudo para As Papas, da autoria de José Malhoa.

O artista nasceu nas Caldas da Rainha, a 28 de Abril de 1855 e morreu em Figueiró dos Vinhos a 26 de Outubro de 1933, oriundo de uma família humilde, ainda jovem parte para Lisboa, aprender o ofício artesanal de entalhador. Em 1867 com 12 anos, enquanto estudante, ingressa na Academia Real de Belas Artes onde cursa pintura e trabalha também no comércio. José Malhoa foi discípulo de Miguel Lupi (1826-1883) e Tomás da Anunciação (1818-1879); não tem formação no estrangeiro, apesar de concorrer ao pensionato em Paris, nunca o frequentou e dedica-se unicamente ao trabalho no comércio, ficando a pintura para as horas vagas.

Em 1881 inicia o Grupo do Leão, este grupo era uma tertúlia artística e literária que reunia artistas formados na estética do naturalismo. Com o Grupo do Leão expôs em 1881 e obteve um grande sucesso. A partir desta data vive unicamente para a arte, concorria a todas as exposições e no seu atelier ensina a sua arte a vários discípulos. Com uma formação naturalista José Malhoa mostra-nos o Portugal real, um país rústico e burguês onde existem várias cenas que com a beleza da pintura são retratadas, dá-nos a conhecer a realidade portuguesa da época em que viveu.

O desenho a carvão que apresentamos, está assinado e datado (1897) é o estudo para a pintura a óleo As Papas executada no ano seguinte e enviada ao Salão da Paris, foi adquirida por José da Costa Falcão. O estudo que apresentamos foi oferecido a José Relvas (1858-1929), pelo seu amigo Malhoa. A amizade entre José Relvas e Malhoa era consolidada pelo apreço mútuo e por um grande número de afinidades de ordem ideológica e estética. Era com grande frequência que Malhoa visitava a Quinta dos Patudos, em Alpiarça, e aqui produziu algumas obras para a colecção Relvas.

O estudo para As Papas é um exemplo da fase da pintura mais sombria do artista. O desenho a carvão representa duas velhas, de Figueiró dos Vinhos, comendo papas, aparentemente de milho, as chamadas papas de carolo.

Uma das velhas come em cima de uma mesa erguendo uma colher de pau, a outra com o mesmo gesto segura, o seu prato na mão. Ao lado vê-se um cesto com alguns objectos.

Ambas as mulheres apresentam traços rudes das figuras populares, tão ao gosto de Malhoa. Uma das velhas está em cabelo e a que se apresenta em primeiro plano está retratada de lenço, percebe-se que é desdentada, deixando transparecer de uma forma serena o peso da idade (a própria velha viria a falecer pouco depois de retratada).

De destacar ainda alguns apontamentos na margem direita do desenho, uma representação de uma caricatura de uma cara humana e do boneco da galinha e da poia, estes apontamentos dão um ar pitoresco à composição.

A moldura é em madeira com ramagens entrelaçadas em gesso dourado e tem vidro.