sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Peça do mês - janeiro

 

      Busto de Senhora

Porcelana austríaca

Goldscheider

Século XIX

73 cm X 22,8cm

CP – MA

Inv. Nº 85.638



No ano de 2024 o município de Alpiarça, numa candidatura conjunta com os municípios de Almeirim, Cartaxo e Santarém foram eleitos cidade do vinho, como homenagem a esta importante iniciativa apresentamos como peça do mês uma obra de arte em porcelana austríaca, cuja temática está relacionada com temas vínicos

Na obra de arte que apresentamos Busto de Senhora, esta está representada com um chapéu de palha de abas largas, veste uma blusa tufada, ornada com renda que, deixa o peito desnudado, deixando ver o tom da pele; veste ainda colete arrendado azul. Todo o busto é adornado com uvas tintas. A obra de arte aqui apresentada tem influência da Arte Déco e da Arte Nova, apresenta linhas fluidas e motivos decorativos naturalistas. A base da peça é uma mísula e tem a seguinte inscrição Goldscheider – Viena.

Friedrich Goldscheider (1845-1897) foi um influente fabricante de cerâmica, nasceu em Plzen (Chéquia) em 6 de novembro de 1845, aos quarenta anos (1885), em Viena (Áustria), fundou as Fábricas de Cerâmica (Goldscheider Factory e Majolica Factory). Em 1889, ganhou a Medalha de Bronze pelas peças de terracota na Exposição Internacional realizada em Paris.

O artista morreu em Nice, França, em 19 de janeiro de 1897.



sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

Peça do mês - dezembro


Sagrada Família
Pintura a óleo sobre tela
Juan Ruiz Soriano
Século XVIII
128,2 cm X 106,1 cm
CP – MA
Inv. Nº 84. 1153


                                                  
No mês de dezembro, em que se celebra no dia 25 o nascimento de Jesus, apresentamos como Peça do Mês a obra Sagrada Família, da autoria do pintor espanhol Juan Soriano. A pintura a óleo sobre tela representa a Virgem, o Menino e São José. A Virgem está envolvida por um manto castanho com uma dobra em azul, a sua cabeça está coberta por parte do manto num outro tom de castanho, descaindo-lhe sobre o peito. Os seus braços seguram o Menino, que veste uma túnica de tule branca acinzenta, desnudando os ombros, o Menino segura nas mãos uma maçã que simultaneamente pousa no regaço, aqui a maçã significa a aceitação dos pecados do Homem e a sua salvação. Em segundo plano aparece José, debruçado sobre a Virgem e o Menino, tendo uma mão no peito e a outra segura a túnica, que veste, que é nos mesmos tons do da Virgem. O colecionador José Relvas (1858-1929) adquiriu esta obra de arte na primeira metade do século XX, durante o período que esteve como Embaixador em Madrid (1911-1914). A moldura é entalhada com efeitos de vieiras, ornatos aos cantos e folhas de acanto, os quais assentam sobre um fundo preto.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Peça do mês - novembro

  Casamento Místico de Santa Catarina de Alexandria

Pintura a óleo sobre madeira
Escola hispano-flamenga
Ca. 1515
72,8 cm X 50,1 cm
CP – MA
Inv. Nº 84. 580
No mês de novembro, em que se celebra a 25 o dia de Santa Catarina, apresentamos como Peça do Mês a obra O Casamento Místico de Santa Catarina de Alexandria, da Escola hispano-flamenga, talvez realizado numa oficina de Antuérpia. Catarina terá nascido na cidade egípcia de Alexandria e cresceu como pagã, convertendo-se ao cristianismo já na sua adolescência, numa visão terá sido transportada para o céu e encontrou-se com o Menino Jesus e com a Virgem Maria, em êxtase casou-se misticamente com Cristo, assim aos dezoito anos, converteu-se ao Cristianismo. Por se ter convertido ao Cristianismo, Catarina de Alexandria foi condenada à morte lenta na roda (instrumento de tortura que mutilava e causava grande sofrimento). Os atributos de Santa Catarina são a roda dentada partida, a espada, o anel e a palma. A obra apresenta-nos em primeiro plano, num grande cadeirão de espaldar e braços, primorosamente trabalhado, está sentada a Virgem com o Menino ao colo, de joelhos junto a eles, Santa Catarina de Alexandria, com a sua coroa, tendo na frente uma banqueta, segura uma das mãos do Menino. No chão uma roda e uma espada (relacionadas com o martírio). No lado direito um anjo toca harpa, outro oferece uma taça com frutos. Sem segundo plano um homem em atitude humildade e envergonhado segura o chapéu junto ao peito, o fundo do quadro é uma paisagem onde se destaca um castelo. A moldura em madeira e gesso dourado, decorada por um friso de ornatos em forma de coração e folhas de acanto, seguindo-se-lhe um de folhas de acanto, salientando-se um outro com grande composição floral, e por último um de óvulos. Esta obra de arte foi adquirida no ano de 1913, com a intervenção do Conservador de Pintura Primitiva, do Museu do Prado, D. Frederico de Amutio. Pertenceu à coleção da Marquesa de Santoña, de Madrid.

domingo, 1 de outubro de 2023

Peça do mês - outubro

Alegre Ceia
Pintura a óleo sobre madeira
Gérard Van Herp
Século XVII
69 cm X 89 cm
CP – MA
Inv. Nº 84. 409
No mês de outubro, em que se celebramos o Dia Mundial da Música, apresentamos como Peça do Mês a obra Alegre Ceia, da autoria do pintor flamengo Gerárd Van Herp. O artista que viveu na Holanda, no século XVII, retrata sobretudo cenas do quotidiano do seu país.
A obra de arte Alegre Ceia é uma festa holandesa com vários personagens sentados em volta de uma mesa de jantar, estes vestem de diversas cores, destacando-se o encarnado e o cinzento claro. Em cada uma das extremidades da mesa, para animar a festa, um cavaleiro e uma dama tocam bandolim. Em cima da mesa encontram-se travessas com frango e outros alimentos.
No chão, em primeiro plano, vê-se um cão de cor castanha e branca, em sua volta cartas espalhadas, de um jogo anteriormente realizado.
No canto superior esquerdo do quadro observa-se uma porta aberta que dá acesso para a cozinha, aqui vê-se a cozinheira continuando a preparar comida para a festa, num fogão a lenha. A cena retratada é típica do barroco flamengo e caracteriza através de uma paleta cromática forte este período.
A moldura é dourada em madeira e gesso decorado por ornatos envolvidos de arabescos.
A obra foi adquirida aos Marqueses de Tancos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Exposição de Desenhos (a) Riscar o Património De 28 de janeiro a 20 de Fevereiro

 











             
























No próximo dia 28 de Janeiro de 2023, junte-se a nós para celebrar o desenho na Casa dos Patudos, em Alpiarça.

14h00 – Encontro de Urban Sketchers para desenhar a Sala Império, com a sua impar coleção de Leques
17h00 – Inauguração da Exposição comemorativa da nona edição do programa (a)riscar o património
INSCRIÇÃO:
https://forms.gle/V3Q3upWzkGzJKch86
ENTIDADES:
Direcção Geral do Património Cultural
Municipio de Alpiarça
Casa dos Patudos - Museu de Alpiarça
Urban Sketchers Portugal
Urban Sketchers Ribatejo
Mais informação aqui:
http://ariscaropatrimonio.dgpc.pt/
Local do Encontro:
Rua José Relvas
2090-102 Alpiarça
Mapa: https://goo.gl/maps/7yyd1zXpsV9KhY4i8
PROGRAMA DETALHADO
14h00 – Chegada à Casa dos Patudos
14h15 – Visita e Desenho da Sala Império: a música oculta nos Leques
16h45 – Partilha de Desenhos
17h00 – Inauguração da Exposição comemorativa da nona edição do programa (a)riscar o património, promovida pela Direcção Geral do Património Cultural, à qual se associam os Urban Sketchers Portugal e todos os seus grupos regionais.
19 encontros, 19 locais diferentes, um tema, um dia.
Este encontro vem no seguimento daquele realizado no passado dia 24 de Setembro de 2022, denominado “ A casa-museu”.
Para saber mais sobre as Jornadas Europeias do Património:
http://ariscaropatrimonio.dgpc.pt/19-encontros-19-locais.../
Para saber mais sobre os leques:
https://run.unl.pt/handle/10362/24943


terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Peça do mês - janeiro

 


São Sebastião
Madeira Policromada e Dourada
José Almeida
Século XVIII (ca. 1740-1750)
122,3 cm
Inv. Nº 84.66

CP – MA

Em janeiro apresentamos como peça do mês uma escultura de São Sebastião, no dia 20 deste mês,

celebra-se o dia do seu do martírio. Nasceu em Narbona, sul de França, em meados do século III da Era Cristã. Enveredou por uma carreira militar, de forma a defender os cristãos que sofriam

uma terrível perseguição. Segundo a tradição católica, o mártir São Sebastião foi um soldado romano, mandado executar pelo Imperador Romano Diocleciano, após o seu martírio começou a ser venerado como santo. O culto de S. Sebastião nasceu no século IV e atingiu o seu auge na Baixa Idade Média.

Era um dos temas preferidos dos pintores do Renascimento, o martírio de São Sebastião, foi retratado por vários artistas, entre eles, Bernini, Perugino, Mantegna e Botticelli. Em geral, o corpo é mostrado atravessado por flechas.

Na obra de arte da Casa dos Patudos, o mártir surge amarrado a um tronco que se ergue sobre um montículo rochoso, por sua vez assente numa base marmoreada. Esta oferece de suporte, a figura que se encontra presa por cordas a um tronco. O ramo esquerdo é representado um pouco alteado, proporcionando o esteio para um braço. Por sua vez, o galho truncado do lado direito serve de apoio para o cotovelo de outro braço, o qual cai na direção do solo.

Sobre a nudez natural do corpo, amplificada pela textura uniforme da árvore, destaca-se na diagonal um pano da pureza. A estrutura anatómica foi perfurada por seis grossas setas, dispostas em sítios bem escolhidos, como se proporcionassem uma escada que sobre até ao céu. No seu rosto, o mártir não deixa transparecer qualquer indício de sofrimento ou desconforto, mesmo que as flechas tenham abrido orifícios onde o sangue jorra. Assim, a figura parece contemplar o infinito.

Junto à base do tronco estão alguns elementos que simbolizam a sua condição como oficial da Guarda Pretoriana, tais como a couraça metálica, o elmo emplumado, a clâmide e o manto.

O conjunto é complementado por um anjo, preso à extremidade superior do tronco por dois espigões metálicos, que voa a partir do céu na direção de São Sebastião. O anjo teria na mão direita provavelmente uma coroa de louros, simbolizando o triunfo do mártir sobre a morte. Trata-se de uma adaptação do motivo utilizado por Giovanni Antonio Bazzi, em 1525, na bandeira de Compagnia di San Sebastiano, de Camollia.

Os motivos decorativos e a paleta cromática, caraterísticos do gosto dos meados do século XVIII, demostram os efeitos dramáticos do Barroco.

Foram, também, utilizadas técnicas como a aventurina (introdução de limalhas de cobre nas tintas, destinadas a enriquecer o revestimento da base) e a aplicação de pigmentos a que se adicionou grafite moída, de modo a conferir um brilho metálico ao capacete.

O autor da obra, José de Almeida (ca. 1700 – 1769), foi bolseiro da Academia Portuguesa em Roma, de 1718 a 1728. Foi aluno de mestres como Carlo Monaldi. Especializou-se na escultura pétrea, mas quando regressa a Portugal enveredou pela escultura em madeira.

A escultura foi adquirida por José Relvas, em finais do século XIX, no comércio de antiguidades de Lisboa.



sexta-feira, 23 de dezembro de 2022